quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Por que criar este blog?

O  tabaco é a segunda droga mais consumida entre os jovens no mundo. Mais de 90% inicia o hábito até os 19 anos de idade. Várias doenças e mortes prematuras estão associadas ao tabagismo, que representa hoje o maior fator de risco independente para doenças crônicas. O controle do tabagismo exige um eficiente e sistemático mecanismo de vigilância para monitorar as tendências de consumo de tabaco.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), em cooperação com o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC), implementaram um Sistema Global de Vigilância do Tabaco (GTSS) em todos os continentes e, na região das Américas, através da Organização Pan-Americana da Saúde (PAHO). O sistema tem como população-alvo, estudantes e profissionais que atuam em escolas e universidades. Um desses inquéritos é o “Global Youth Tobacco Survey” (GYTS) que, no Brasil, recebeu o nome de VIGESCOLA. Seu objetivo é monitorar, através de pesquisas repetidas e periódicas, comportamentos, hábitos, atitudes e conhecimentos relacionados ao uso do tabaco, entre escolares. De 2002 a 2003 o estudo 12 capitais brasileiras encontrou uma prevalência de experimentação variando de 36 a 58% no sexo masculino e de 31 a 55% no sexo feminino. Já a prevalência de escolares fumantes variou de 11 a 27% no sexo masculino e 9 a 24% no feminino.

Embora os determinantes de consumo e os modelos de cigarro variem entre os países, a população jovem é o grupo de risco prioritário para prevenção em todas as regiões do mundo. A iniciação do tabagismo nos jovens é imensamente influenciada pela promoção e publicidade da indústria do tabaco, que agora está em todos os cantos do planeta. Outros fatores de influência são a pressão do grupo de colegas e a atitude que os modelos de comportamento incentivam. Artigos relatam que a idade para iniciação é mais precoce entre jovens que tem amigos, irmãos ou pais que são fumantes e que adolescentes depressivos ou que sofram de baixa auto-estima são mais propensos a começar a fumar regularmente. Alguns autores fundamentam que há uma associação entre a idade com que o jovem começa a fumar, com o consumo de mais cigarros por dia e com maior dependência no futuro. Além disso, a iniciação diminui significantemente após os 18 anos, levando à conclusão que se os adolescentes se mantiverem longe do tabaco durante esse período na adolescência a maioria não se tornará fumante. Isto traz vários desafios e oportunidades para intervenções ao controle do tabaco.

Com o amplo uso da internet pela população brasileira, em especial entre os jovens, este pode ser mais um espaço utilizado para o combate ao tabagismo se proporcionar interação e construção colaborativa de conhecimento.

O Brasil, um dos principais produtores e exportadores de tabaco no mundo, é um dos países signatários da Convenção Quadro para o Controle do Tabaco” (CQCT) que é um tratado internacional em que os países concordam em empreender esforços de combate ao tabagismo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BELLONI, Maria Luiza; GOMES, Nilza Godoy. Infância, mídias e aprendizagem: autodidaxia e colaboração. Educ. Soc., Campinas, v. 29, n. 104, Oct. 2008 . DIsponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v29n104/a0529104.pdf

MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Por que aprovar a Conveção-Quadro para o controle do tabaco? 2004 Disponível em: http://www.inca.gov.br/tabagismo/cquadro3/cquadro.pdf

MINISTÉRIO DA SAÚDE. SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE. INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER. Vigescola: Vigilância de Tabagismo em Escolares. Dados e fatos de 12 capitais brasileiras. 2004 Disponível em: http://bvssp.icict.fiocruz.br/lildbi/docsonline/9/9/499-vigescola.pdf

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO) Report on the Global Tobacco Epidemic 2008: The mpower package. Geneva: World Health Organization, 2008. Disponível em: http://www.who.int/tobacco/mpower/mpower_report_full_2008.pdf